O século XX foi um marco na história da robótica, introduzindo uma era de avanços tecnológicos revolucionários.
O termo “robô” foi apresentado em 1920 pelo dramaturgo tcheco Karel Čapek em sua peça “R.U.R.” (Robôs Universais de Rossum), simbolizando o início da concepção e evolução de tecnologias robóticas.
Em 1927, o clássico filme “Metropolis” (Disponível no YouTube) trouxe à vida Maria, um robô icônico que se tornou um símbolo da imaginação futurista e do fascínio por máquinas com características humanas.
A robô Maria, de Metrópolis, 1920.
Créditos: Wikimedia Commons e Flickr.
Durante esse período, o inventor britânico Charles Lawson apresentou o ‘Superman Dennis’, um robô multifuncional que exemplificava o espírito inovador da época.
Contudo, foi na segunda metade do século XX que os avanços tecnológicos impulsionaram a robótica de forma significativa.
Na década de 1950, surgiram os primeiros robôs industriais, projetados para executar tarefas repetitivas em ambientes controlados, estabelecendo os alicerces da automação na indústria e da robótica moderna.
Com o progresso da computação, as capacidades robóticas evoluíram. Nas décadas de 1960 e 1970, projetos como Shakey the Robot, desenvolvido pelo Stanford Research Institute, começaram a explorar a inteligência artificial e a navegação autônoma, abrindo novos horizontes para a robótica.
Yasutaro Mitsui’s Robot
O Yasutaro Mitsui Steel Humanoid é um marco inicial na robótica japonesa, representando um dos primeiros exemplos de robôs humanoides no país.
Documentado no livro de Haruki Inoue, Nihon Robotto Soseiki 1920-1938 (1993), o robô exibia componentes elétricos e válvulas aparentes, possivelmente mais decorativos do que funcionais, refletindo a influência do Televox de Wensley.
Esse estilo, com mecanismos internos visíveis, tornou-se icônico nos robôs e brinquedos japoneses.
Créditos: Wikimedia Commons e Flickr.
No entanto, o Mitsui tinha mobilidade limitada: sem rodas nos pés e pernas fixas, ele não podia andar.
Algumas marcas nas pernas sugerem movimentos de arco, enquanto os braços podiam apenas levantar no ombro e girar no cotovelo. Um cabo de energia era conectado pela perna esquerda, destacando as limitações tecnológicas da época.
Power Driven Articulated Dummy
O Robô da NASA para Testes de Trajes Espaciais
Antes de enviar astronautas à Lua, a NASA considerou usar um robô humanoide para testar protótipos de trajes espaciais. Desenvolvido entre 1963 e 1965 pelo Instituto de Pesquisa do IIT em Chicago, o projeto, chamado Power Driven Articulated Dummy, visava simular 35 movimentos humanos básicos.
Equipado com sensores nas articulações, o robô media as forças aplicadas pelo traje espacial pressurizado no corpo humano. Atuadores hidráulicos movidos a óleo permitiam movimentos como girar os quadris, levantar braços e pernas, encolher os ombros e até apertar as mãos.
Apesar de inovador, o robô enfrentou desafios críticos, incluindo vazamentos constantes de óleo, que tornaram sua operação inviável para as exigências da NASA.
Sepulka, a resposta da URSS
O Robô Guia Soviétivo
Desenvolvido em 1962 na oficina experimental da All-Union Society “Znanie”, o robô Sepulka foi projetado por M. Aleksandrov e M. Gorokhov, sendo reformado em 1987 para melhorias técnicas.
Equipado com um gravador de fita embutido, o robô reproduzia falas e tinha movimentos controlados remotamente por rádio, com alcance de até 20 metros.
O nome Sepulka é uma homenagem ao personagem robótico das histórias de Stanislaw Lem.
Curiosamente, no universo de Lem, Sepulka é descrito como um objeto enigmático, de origem e função desconhecidas, refletindo o fascínio da ficção científica pela complexidade das máquinas.
Galeria
Alguns modelos desenvolvidos ao longo das últimas décadas.
Caso deseje mais informações sobre algum modelo não citado aqui, ou não detalhado na galeria, por favor, deixe nos comentários abaixo.
Visite também
- Nasa: https://ntrs.nasa.gov/citations/19670029511
- Znanie: Não consegui o link, por motivos óbvios.
- Mais na Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Znanie_(publishing_company)
Créditos das Imagens: Wikimedia Commons e Flickr.